É impossível colocar em palavras o que vivi neste ano com a Mangueira! Durante os cerca de 40 minutos na avenida no desfile das campeãs, era como se um filme passasse na minha cabeça… A catarse era coletiva, com milhares de pessoas gritando o samba-enredo, mas certamente era também individual, dentro de cada um que estava na Sapucaí.

Dentro de mim, eu pensava que há cinco anos eu ainda nem morava no Rio… Claro que todo brasileiro já ouviu falar na Mangueira, mas eu não tinha a mínima dimensão da força da escola. Conhecendo o samba-enredo no final do ano passado, pensei que seria maravilhoso desfilar.

Consegui uma vaga na ala da comunidade, paguei o valor da taxa de inscrição, recebi uma carteirinha da comunidade da Mangueira, frequentei os ensaios por semanas, decorei o samba, recebi muitas instruções dos coordenadores da ala (que tem alto nível de rigidez e profissionalismo, junto a muita paciência com os novatos – tudo para que o resultado final seja tão lindo como foi!). Retirei a fantasia criada para a minha ala, me apaixonei por ela.

E então chegou o dia do desfile… E eu fui um pontinho no meio do mar de cor, emoção e excelência que a Mangueira apresentou ao mundo. Num espetáculo absolutamente perfeito (não à toa, a escola ganhou nota máxima em todos os quesitos!), com um tema que representa todos os brasileiros que vêm sendo deixados de lado desde sempre.

Aqueles que literalmente ficaram de fora da história que nos foi contada, que até hoje não têm direitos plenamente reconhecidos e foram novamente “convidados a ficarem quietos” nos últimos tempos – eles estavam ali como protagonistas na Mangueira.

Não é difícil entender que as minorias do nosso país são a maioria… Mas a Mangueira mostrou isso de forma tão extraordinária que, de fato, reescreveu a história do Brasil e conquistou uma vitória extremamente representativa. Se antes do desfile na segunda-feira de carnaval a ansiedade tomava conta de mim, nos momentos que antecederam o desfile das campeãs, eu tinha outro sentimento. Estava um pouco melancólica, não queria que isso acabasse, rs…

Mas, na avenida, eu entendi: não vai acabar. A Mangueira iniciou uma nova era, mostrou que tudo é possível. Injetou ânimo e esperança em todos que compreenderam sua mensagem – e são muitos que o fizeram; mostrou ao mundo a essência do Brasil – do Brasil que deu certo e que está ao nosso alcance, aqui junto da gente. Se o ano começa depois do carnaval, 2019 inicia muito melhor do que poderíamos sonhar. Obrigada por tudo, Mangueira, agora temos certeza que não faltarão forças para seguir em frente!

Obs: eu desfilei na ala 07, da comunidade, cuja fantasia representava os caboclos de julho.

Leia também o post sobre o samba-enredo 2019, com o significado de cada verso.

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