O assunto pode soar trivial – as inúmeras possibilidades do amor. Porém, o texto irreverente de Veronica Debom especula como tourear esta novidade indomável, as tantas formas de amar. A sintonia dela, autora e atriz, com Marcius Melhem em cena é tão fina que até parecem ser um casal na vida real. “O Abacaxi” é uma salada amorosa para quem tem mente aberta e gosta de uma boa conversa!
- Post escrito pela colaboradora Carolina Machado.
Já ouviu falar naquela história de amores líquidos? É a teoria de que relações amorosas atuais não perduram porque são superficiais. Pois bem, isso é o oposto do que acontece em “O Abacaxi”! A peça tem um toque de existencialismo… Os casais entabulam conversas profundas, compartilhando o que os atrai e os incomoda, ou seja, as cenas trazem relacionamentos verdadeiros e nem um pouco artificiais.
Veronica Debom e Marcius Melhem descascam juntos esse abacaxi, com muitas perguntas, afinco, humor inteligente e tragicômico. Há muito tempo não gargalhávamos assim!
Em cena com eles, o também ótimo Rafael Rocha, responsável pela trilha sonora ao vivo, que entrosa redondinho com esses dois ases que encarnam os mais variados tipos de relações. Brigam e se reconciliam na pele de diferentes configurações de casais tentando dar conta de todas as possibilidades que as relações amorosas envolvem.
Com direção de Debora Lamm, a montagem estreou sua segunda temporada, trazendo o ator Marcius Melhem no lugar de Felipe Rocha. O texto rico, criativo, ácido e muito divertido marca a estreia de Veronica Debom na dramaturgia. A cena que explica o nome do espetáculo pra mim é um dos momentos mais bonitos e brilhantes de sua escrita. Fiquei emocionada com a força do texto dela… Foi uma deliciosa surpresa conhecer seu trabalho!
Marcius Melhem no palco é sensacional, seu jeito é espontâneo, muito talentoso e extremamente engraçado. Basta olhar pra ele e cair na risada. Como não sou de ver TV, conheci seu trabalho assistindo uma entrevista e fiquei atraída por sua inteligência e versatilidade. E para casais nem tanto convencionais, a cenógrafa Mina Quental faz por onde compondo a ambientação de forma inusual. Móveis e objetos típicos do lar são dispostos fora de sua função habitual. Repare quando for assistir.
O espetáculo tem sessões às segundas e terças. Ou seja, você sai do trabalho em pleno início de semana e tem o privilégio de preencher seu happy hour com um programa desses. Estar numa segunda-feira num teatro lotado, assistindo uma peça cujo tema, tão leve e atual, é a busca pelo amor que liberta e que ainda está em construção, é um luxo! Por isso gosto tanto de viver no Rio.
Peça dinâmica e animada do início ao fim! Outra coisa que me chamou atenção foi a luz acesa. Pra mostrar mesmo a força que tem uma boa conversa, imagino. Em “O Abacaxi”, o propósito é conjeturar, construir e desconstruir, assimilar e acomodar, trocar ideia… O teatro é mesmo contagiante! Para degustar essa salada amorosa, peça o abacaxi e saboreie-o como uma manga suculenta, devagar, deixando escorrer sem cerimônia o caldo farto pelos cotovelos. (Não resisti a citar uma analogia do abacaxi com a manga, que acontece na peça!).
“O Abacaxi” está em cartaz no Teatro SESI (Av. Graça Aranha nº1, Centro – 21 2563-4164) de 16/07 a 14/08, segundas e terças, às 19h. Ingressos custam a bagatela de R$20 (inteira) e R$10 (meia). Mais informações no facebook da peça.
Crédito das fotos: Elisa Mendes
*A experiência contada nesse post foi uma cortesia do espetáculo.
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