Confesso que ando desanimada em meio a tantas situações complexas que vêm acontecendo ultimamente… Mas, por mais difícil que seja, é extremamente importante estarmos informados e agirmos frente à realidade. Por isso, decidi fazer esse post com alguns pontos relevantes sobre as queimadas da Amazônia.

É verdade que há muito tempo a Amazônia vem sofrendo com desmatamento, alguns anos mais e outros menos. Mas 2019 já teve mais que o dobro de queimadas que o mesmo período do ano passado (de janeiro a agosto). Além disso, considerando o total de queimadas no país, é a primeira vez que as queimadas na Amazônia representam percentual maior que em outros biomas. Em todos os outros anos, o cerrado era o bioma que apresentava mais queimadas, em função de suas características de clima e vegetação. Em agosto de 2018, a Amazônia teve 20% do total de queimadas, enquanto em 2019 já tem 65% do total de queimadas em todos os biomas. Dados do Inpe – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, que realiza esse tipo de medição desde 2003.

E essas queimadas não tem relação com a falta de chuva (inclusive, o período de maior seca ainda está por vir!), especialistas afirmam unanimemente que elas são decorrência do desmatamento. Isso porque, pelas características da região amazônica, não há processos naturais que iniciem fogo. Ou seja, para existir fogo na Amazônia, é preciso existir intervenção humana. Há poucos meses, tivemos a notícia de corte de 95% da verba destinada a controle de mudanças climáticas no Brasil. A forma como nosso governo está tratando o meio ambiente vem causando desconfortos (para usar uma palavra amena) internacionais e as consequências disso são terríveis.

Como a Amazônia tem papel fundamental na regulação do clima global, vários países aportam verba para sua manutenção (utilizada para controlar queimadas, por exemplo). Porém, com o descaso do governo brasileiro, alguns países já declararam a suspensão do suporte financeiro à Amazônia. Além disso, há rumores de boicote à importação de carne brasileira por toda a União Europeia, como forma de punir o Brasil por não respeitar compromissos ambienteis.

Já que o maior motivo de desmatamento é a conversão de área florestal em pasto para pecuária, aí está algo que você pode fazer: diminua seu consumo de carne. Não precisa ser radical e deixar de comer de um dia para o outro, mas tente controlar um pouco! Eu não vou negar que adoro carne vermelha e tenho dificuldade de banir da minha vida, mas há alguns anos tento me alimentar sem carne por uns 3 dias por semana. Como trabalho com gastronomia, prefiro deixar para comer carne quando saio e quero experimentar pratos, mas raramente compro para consumir em casa. Sei que isso não é muito, mas é alguma coisa. E se todos fizerem um pouco, será muito!

Outro fator que faz a diferença é comprar de produtores locais com práticas sustentáveis, assim você fortalece a comunidade e conhece a origem do que está consumindo. Por último e não menos importante: plante! Plante o que você puder, onde puder, para de forma simbólica e efetiva devolver um pouquinho da natureza que está sendo devastada… Se inspire na história do casal brasileiro que plantou 2 milhões de árvores em 18 anos, mas se você puder plantar apenas uma pequena muda, já está valendo!

Se informe, converse sobre o assunto, lute pela natureza como puder. Sem ela, não há vida. Não importa onde você mora, quanto você ganha, em quem você votou… A conta vai chegar para todos! Inclusive, o que despertou o país para as queimadas da Amazônia foi justamente um céu escuro no meio da tarde em São Paulo, não é mesmo?!

Além dos links que estão a longo desse post, recomendo também os perfis @hugofernandesbio e @ecocouple no Instagram. Quer colaborar com mais informações? Deixa seu comentário!