Espetáculo com mais jeito de show que de teatro, “O Musical da Bossa Nova” marca a reabertura do histórico Teatro Adolpho Bloch, no Edifício Manchete. Durante quase todo o tempo no palco, os atores interpretam hits da música brasileira, fazendo a platéia cantar junto! Mas também há espaço para contar diversos detalhes e curiosidades que permeiam a história de um dos movimentos mais importantes da cultura brasileira, a Bossa Nova.
O passeio cultural já tem início ao entrar no lindo Edifício Manchete, que foi projetado por Oscar Niemeyer nos anos 70 e tem paisagismo assinado por Burle Max. O prédio foi sede da Rede Manchete, da Revista Manchete e de todos os veículos da Bloch Editores até o ano 2000, quando o grupo veio à falência. Depois disso, o local foi comprado pela BR Properties e o teatro foi completamente reformado em 2012. Mas, até pouco tempo atrás, era utilizado apenas para gravações e eventos fechados. No dia 04 de maio, ele reabriu ao público, agora com o nome Adolpho Bloch!
Um teatro extremamente confortável, muito bonito e organizado. Onde todos os lugares, belamente estofados em veludo cor de vinho, possuem boa visão do palco. Isso porque as fileiras tem bastante inclinação – um detalhe que melhora a experiência no teatro, garantindo que todas as pessoas consigam enxergar o palco por completo. “O Musical da Bossa Nova” foi uma excelente escolha para reinaugurar esse espaço, um verdadeiro presente aos turistas e moradores da cidade!
O musical é produzido pela Aventura Entretenimento, que costuma apostar em espetáculos que valorizam a essência brasileira, homenageando no palco ícones que tem grande importância cultural no nosso país. Recentemente, pude assistir aos maravilhosos musicais “Bem Sertanejo” e “Romeu e Julieta ao Som de Marisa Monte”, obras da mesma produtora. Em “O Musical da Bossa Nova” fica claro o tom informal e a própria Bossa Nova como tema central. Ou seja, não há uma história que é contada utilizando-se das músicas.
O enredo é simplesmente Bossa Nova… Atores com figurinos que remetem às décadas de 50 e 60 se revezam no palco cantando músicas que estão na ponta da língua de todos – é lindo ver pessoas de diferentes gerações cantando junto, dá um orgulho de ter a mesma nacionalidade que canções que estão entre as melhores do mundo. O momento em que “Garota de Ipanema” é interpretada em diversas línguas, ilustrando bem o alcance de um clássico da bossa nova, é de arrepiar!
O elenco formado por dez atores é entrosado e se mostra completamente à vontade no palco, que conta com um cenário bem simples. Claudio Lins, Marcelo Varzea, Nicola Lama, Stephanie Serrat, Jullie, Andrea Marquee, Ariane Souza, Eduarda Fadini, Juliana Marins e Tadeu Freitas trazem músicas como “O Barquinho”, “Minha Namorada”, “Ela é carioca” junto a breves explicações do movimento Bossa Nova. Durante o espetáculo, é possível aprender, por exemplo, que a Bossa Nova surgiu como uma maneira mais informal, leve e moderna de ver todas as coisas, não apenas a música. Mas, claro, foi na música que ela se tornou imortal.
Dirigido por Sérgio Módena, “O Musical da Bossa Nova” tem 90 minutos durante os quais é fácil sorrir… O espetáculo, onde a leveza sobressai, é uma linda homenagem aos grandes músicos da época, como Vinicius de Moraes, Tom Jobim e João Gilberto. É também uma oportunidade de deixar os tantos problemas da nossa cidade de lado e mergulhar na sensação boa que a Bossa Nova proporciona. E pensar que tudo começou na zona sul do Rio de Janeiro em 1958 – há exatos 60 anos…
“O Musical da Bossa Nova” está em cartaz no Teatro Adolpho Bloch (Rua do Russel, 804 – Glória) até 27/05. Sexta às 20h, sábado às 17h e 20h e domingo às 16h e 19h. A classificação é livre e ingressos custam de R$ 25 a R$ 80 – compre aqui. Saiba mais no facebook do musical.
- Post escrito pela autora do blog Juliana Goulart.
*A experiência contada nesse post foi uma cortesia do espetáculo. Créditos das fotos: Flávia Canavarro e Erbs Junior.
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