Fenômeno de bilheteria que deu origem a duas continuações no cinema ganha versão brasileira. Depois de passar por palcos paulistanos, está agora em cartaz no Teatro Multiplan, no Rio de Janeiro. Madagascar é inspirado na animação realizada pela Dreamworks em 2005, escrito por Kevin Del Aguila, com músicas originais e letras de George Noriega e Joel Someillan. É hora do show! Vamos remexer?

O leão Alex, a zebra Marty, o hipopótamo fêmea Glória e a girafa Melman vivem aparentemente felizes no zoológico do Central Park, em Nova York. Em cativeiro, sendo bem cuidados e bem alimentados, desconhecem a natureza selvagem. É quando os pinguins armam um plano de fuga que os os bichos são instigados pela curiosidade e vontade de conhecer o mundo lá fora…

É aniversário de Marty e, cansado da clausura, ao soprar as velinhas ele deseja ganhar o mundo. Mas ninguém quer acompanhá-lo, afinal é preciso coragem para sair do lugar. Então a zebra foge do zoológico e os amigos vão atrás, assim a aventura começa! O que estava organizado vira uma bagunça com perspectiva de novidade. 

Rumo à Africa, “Madagascar” aborda muitos temas inerentes à condição humana, tais como busca de liberdade, amizade, respeito, confiança, empatia, coletividade. Também reflete sobre preservação da natureza, hábitos sustentáveis, maus tratos de animais. A ilha dos grandes baobás e dos lêmures pode ser interpretada como uma metáfora das dificuldades do mundo, o lugar da sobrevivência.

E no barco seguem os quatro amigos: a girafa hipocondríaca, a zebra deslumbrada, o leão faminto, a hipopótamo animada, cada qual reagindo a sua maneira, personificando modos diversos de posicionar-se frente às dificuldades, ao que saiu do prumo – como a gente na vida! Contra a comodidade do confinamento, encarar o desconhecido pode parecer uma ideia assustadora para alguns. “Muitas vezes não enxergamos nossas limitações e não nos reconhecemos como prisioneiros”, diz Renata Borges, diretora da produtora Touché Entretenimento, idealizadora e cenógrafa do projeto.

Após conquistarem a liberdade, surge um novo problema: como sobreviver? E ainda, a lei do mais forte, a cadeia alimentar (leão come zebra, mas Marty e Alex não são melhores amigos?), a liberdade de um que acaba onde começa a do outro. Muitas reflexões podem ser despertadas nessa super produção.

O musical conta com 16 atores, tem direção artística de Marllos Silva, direção geral, idealização e cenografia com painel de led de Renata Borges, versão de Daniel Salve, direção musical de Natan Bádue e direção residente de Carina Gregorio. E Vivien Fortes é a coreógrafa que coloca movimento em corpos vestidos de bichos. Que graça!

Como bem disse Leonam Moraes, ator que interpreta o leão Alex, “fábulas podem nos trazer reflexões profundas sobre a condição humana”. Seu personagem encarna o controle dos instintos mostrando que “o coração pode ser maior que o estômago”. E acrescenta: “Superar nosso instinto voraz, competitivo e egoísta para enxergar o outro (…) nessa selva linda e cheia de aventuras chamada vida”

Para concluir, cito Daniel Salve, responsável pela versão brasileira do roteiro e das canções: “Todos conhecemos o sentimento de cumplicidade que só as amizades verdadeiras nos trazem. Esse é o mesmo em qualquer lugar e em qualquer idioma”. Bem-vindos à ilha de Madagascar!

O elenco é formado por Leonam Moraes (Alex), José Diaz (Marty), Thalita Pertuzatti (Glória), Rhuan Santos (Melman), Tauã Delmiro (Rei Julien), Giovanna Sassi , Estêvão Souz, Léo Araujo, Leonardo Rocha, Leandro Massaferri, Danilo Santana, Amanda Döring, Martina Blink, Bia Passos, Luiza Francabandiera e Talihel .

A ficha técnica do musical traz ainda Fause Haten (figurinos), Caio Loureiro (direção musical), Bruno Junqueira e Maze FX (conteúdo digital), Gabriel D’angelo e André Breda (design de som), Cris Fraga (stage manager) e Russinho (design de luz).

“Madagascar, Uma Aventura Musical” está em cartaz de 08/10 a 28/11/21, às quintas e sextas às 18h e sábados e domingos com duas sessões, às 14h e às 18h, no Teatro Multiplan (VillageMall – Av. das Américas, 3900 – Piso SS1). Ingressos no Sympla custam de R$37, 50 a R$320,00. Duração de 85 minutos e classificação etária livre. Nas redes: Facebook e Instagram.

Crédito das fotos: Marcos Mesquita


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