Apenas com músicas brasileiras, espetáculo de dança em cartaz no Teatro Cacilda Becker é inspirado no movimento tropicalista. “Geléia Geral”, com acento mesmo, em referência ao título da canção-manifesto de Torquato Neto e Gilberto Gil, é a terceira montagem da jovem companhia de dança carioca Cia Crütz.

Antes de estrear no Teatro Cacilda Becker, o espetáculo “Geléia Geral” foi apresentado na 8ª edição do Rio H2K. O festival internacional de dança aconteceu em junho e levou para a Cidade das Artes três companhias brasileiras – Cia Deborah Colker, Grupo de Rua e Cia Crütz, além de 23 coreógrafos nacionais e internacionais de sete países para ministrarem workshops para todos os públicos. Graças ao festival, a realização da primeira temporada “Geléia Geral” pôde acontecer, pois a Cia Crütz ficou com o primeiro lugar no showcase da edição de 2017 do Rio H2K! E com isso, ganhou patrocínio.

Formada em 2010 e composta por nove dançarinos com idades entre 23 e 30 anos, a Cia Crütz reúne artistas com diferentes experiências. Balé clássico, balé contemporâneo, dança urbana, dança moderna e dança de salão  estão misturadas (é uma geleia geral mesmo, rs). O resultado é muito bacana, pois, como disse Lucas Sauer, um dos bailarinos e também quem assina a direção junto com Ricardo Lima, “há um pouco de cada um em todos nós”.

“Geléia Geral”, título que refere-se à mistura da qual todos somos feitos, é uma fábula contemporânea sobre uma trupe de artistas nômades que expande o seu limite artístico a cada nova cidade em que se apresenta. Durante essa viagem, nove dançarinos apresentam as histórias de seus integrantes fazendo espetáculo dentro de espetáculo. Fazendo alusão ao álbum “Tropicalia ou Panis et circenses” a Cia Crütz presta homenagem ao movimento artístico que mais lhe inspira. A riqueza da música brasileira se funde às danças urbanas e contemporâneas culminando num espetáculo alegre aos olhos e ouvidos.

Outros dois projetos da Cia Crütz, “Um Samba de Amor Desfeito” e “Uma Dancinha para Machucar os Corações”, foram lançados em 2016. Uma das marcas do grupo é trabalhar exclusivamente com canções brasileiras. Fiquei tão encantada que queria ser um deles! Não porque subestimamos nosso corpo, mas porque aqueles jovens são expressivos, dançam com naturalidade, graça e entusiasmo e é notável a forte sintonia entre eles. Quanta gente bonita e talentosa no palco. Sugiro sentar-se na primeira fila.

Estes vivazes artistas que animam a noite de quem assiste “Geléia Geral” são: Carol Caldas, Clara Francis, Clarissa Giesta, Diego Alves, José Rodrigues, Lucas Sauer, Marco Shau, Mario Perdomo, Ricardo Lima e Roberta Moreira. A maquiagem é bem bonita (Visagismo do André Vital), assim como as roupas que eles vestem (Figurinista Paula Beliene). Além da coreografia pela Cia Crütz, Alex Neoral e Filipi Ursão foram coreógrafos convidados. E Clívia Cohen é quem assina o cenário deslumbrante, composto, entre outros elementos, por uma gigantesca cortina com cerca de 120 mil fitinhas do Senhor do Bonfim!

Ao sair do teatro, minha sugestão é esticar para a Praça São Salvador, outro lugar adorável do Rio de Janeiro. Embora, a vontade depois do teatro fosse mesmo de chacoalhar o esqueleto. Se você gosta de dançar, chega junto! Prosperidade para a Cia Crütz!

“Geléia Geral” tem curta temporada, de 29/6 a 22/7- sexta e sábado às 20h e domingo às 18h, no Teatro Cacilda Becker (Rua do Catete, 338 – 21 2265-9933). Classificação etária livre. Ingressos: R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia). Ingressos antecipados à venda na secretaria do Centro de Artes Nós da Dança por R$ 20. Mais informações no facebook da Cia Crütz.

  • Crédito das fotos: Bernardo Marques, Leandro Márcio e Madu Rodrigues

*A experiência contada nesse post foi uma cortesia do espetáculo.

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