A multifacetada atriz Mariana Dias traz pela segunda vez ao teatro sua personagem Margarida. Agora com gratuidade para crianças da rede pública! Baseado no conto “O jardineiro e a flor”, escrito pela própria atriz, “Histórias de uma Margarida” mostra a história de um tristonho jardineiro que sonha com um jardim cheio de borboletas, porém seu jardim não tem flor, logo, não tem borboletas. Até que um dia ele recebe, num sonho, o sábio conselho para conversar com a natureza.

A peça foi idealizada para crianças a partir de 3 anos, mas meu filho, que na época da primeira apresentação (em Ipanema, no Teatro Cândido Mendes) tinha um ano, curtiu muito. Ele ainda quis ir para o palco para sentar-se no jardim da Margarida com as outras crianças, que atentas e animadas, cercavam a Mariana. Ela realmente é muito cativante e amorosa com o público infantil.

Mariana Dias é uma nata contadora de histórias e sua personagem, a flor Margarida, uma caixinha de surpresas. Ou seria uma saia? Sim, porque de sua saia longa e cheia de bolsos, criação de Luiza Fardin, brotam histórias contadas através de objetos lúdicos. Esses, de autoria do artista visual Bruno Dante, que conduzem as crianças pelo fértil universo da imaginação num cenário bem verde, reverenciando a natureza.

Idealizadora e autora do projeto, Mariana Dias, que também é dramaturga, roteirista, pesquisadora e poetisa, teve como referências para escrever “Histórias de uma Margarida” os contos “Alfaiate Desatento” e “A formiga e a neve”; e a inspiração para criar sua personagem Margarida veio do conto “A Paixão de Dizer”, do uruguaio Eduardo Galeano, o qual compartilho aqui um trecho:

“… uma noite, conheceu uma mulher que canta e conta. Entre canção e canção, essa mulher conta boas histórias, e as conta espiando papeizinhos, como quem lê a sorte de soslaio. Essa mulher (…) veste uma saia imensa, toda cheia de bolsinhos. Dos bolsos vai tirando papeizinhos, um por um, e em cada papelzinho há uma boa história para ser contada…”

“Histórias de uma Margarida”, a meu ver, é mesmo um belo conto sobre a espera. Sobre plantar, cuidar e esperar para colher o que foi cultivado. Num mundo de gente impaciente onde tudo é imediato, encontrei ali pura poesia e tranquilidade. E fui presenteada pela alegria do meu filho, que mesmo sem entender nada da história (pela idade, é puro visual) foi atraído pela beleza, pelo canto e pelo carisma da Margarida. A peça tem direção de Fernando Nicolau e apresenta sete canções inéditas de autoria do diretor musical Claudio Lyra.

A reestreia no Centro vem com uma novidade: entrada gratuita durante toda temporada para crianças da rede pública que levarem ou forem vestidas com a camisa da escola. Seu acompanhante também terá direito à gratuidade. Os alunos dos Espaços de Desenvolvimento Infantil (EDI) também garantem a entrada ao apresentar a comprovação de matrícula na bilheteria do teatro.

A iniciativa vem como protesto da atriz e autora, também mãe, à morte do menino Marcos Vinícius da Silva, que foi morto a caminho da escola, no último 20 de junho, na comunidade da Maré, aqui no Rio. É também uma forma que Mariana encontrou de prestar solidariedade à família de Marcos Vinícius e a tantas outras crianças e adolescentes que perdem a vida de forma brutal por causa da violência.

“Histórias de uma Margarida” está em cartaz no Centro Cultural da Justiça Federal (Av. Rio Branco, 241, Centro – 21 3261-2550) até 05/08/2018, aos sábados e domingos às 16h. Duração: 45 minutos. Ingressos: R$30 (inteira) e R$15 (meia-entrada). Aproveite para conhecer o belo prédio do CCJF, que abriga o teatro, e seu café. Mais informações no facebook de “Histórias de uma Margarida”. 

*Post publicado em 29/09/17 e revisado em 18/07/18. A experiência contada nesse post foi uma cortesia do espetáculo.  

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